segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL NAS EMPRESAS



Até então, antes de surgir a manutenção preditiva, questão de 20 anos atrás em nosso país, a manutenção tradicional não tinha seu papel de destaque reconhecida como sempre mereceu. Por não trabalhar com monitoramento, a falta de um programa de gestão da manutenção – software – onde as coletas de dados importantes eram difíceis de levantar, tais como: custos da manutenção, horas de disponibilidade de máquinas para a produção, custos da perda de produção, gastos adicionais de energia, principalmente a elétrica em razão de não se praticar manutenção sistematizada, etc. era sempre considerada atividade secundária e o que é pior: uma fonte geradora de custos, um mal necessário. Diante desta realidade, os profissionais de manutenção não passavam de meros tarefeiros, subordinados até do próprio operador de máquinas. Seus gerentes, diante da falta de números que quantificassem a atividade manutenção, caracterizando-a como uma unidade de negócio dentro da organização, se submetiam às decisões tomadas por outros órgãos: Produção, Financeiro, RH, etc.
Eram decisões que tornavam a atividade com menor credibilidade ainda, por falta de argumentos técnicos por parte dos profissionais e principalmente das gerências.
Diante da nova realidade, o quadro muda radicalmente. Com todos os recursos tecnológicos hoje disponíveis e competências desenvolvidas por estes profissionais, a manutenção passa a ter voz ativa, ouvida e todo o resultado que uma empresa deseja fazer, tem que passar pela avaliação e o aval da manutenção.
É a manutenção que conhece profundamente o principal elemento produtivo das empresas: O PARQUE DE MÁQUINAS, ou OS ATIVOS como são chamados. É a manutenção que detém a informação do estado de cada máquina das indústrias, a capacidade que elas têm em termos de volume de produção, o quanto uma máquina pode produzir a mais, se lhe for dispensada manutenção de confiabilidade e monitoramento. Estas variáveis todas hoje se encontram nas mãos dos profissionais de manutenção e se estes souberem fazer bom uso de todos estes recursos, somados ao grau de empreendedorismo que hoje possuem, definem o quanto a fábrica está em condições de produzir e com isto indiretamente também definem o quanto o departamento comercial poderá vender, por conseqüência o faturamento que a empresa vai ter ao longo do tempo e o fluxo de caixa instalado nos computadores do financeiro.
Ironicamente, este poder não chegou às mãos da manutenção por suas próprias forças, mas sim pelos próprios departamentos, produtivo e financeiro, que diante da necessidade de se produzir mais e com competitividade se viram diante de uma realidade emergente e sem alternativas: adquirir máquinas modernas, com alto grau de tecnologia e de produtividade.
A partir daí foi entregue à manutenção a responsabilidade de administrar toda esta inteligência tecnológica a fim de garantir a estes departamentos o resultado que eles tanto buscavam e continuam ansiosamente buscando. Para isto ela teve que se estruturar radicalmente com todos os conceitos modernos e com isto se tornou inevitável migrar para suas mãos, o domínio absoluto de toda tecnologia instalada na planta, tornando os departamentos que a desconsideravam no passado, seus dependentes incontestáveis.
Em resumo, hoje diretores empreendem uma verdadeira caça aos profissionais de manutenção especializados, que no passado eram tidos como adversários da lucratividade.  
É a historia se reciclando, porém não devemos nos colocar numa posição de conforto, pois como dito, a história se recicla, nada é eterno e impossível neste mundo de incertezas que evolui constantemente de forma variável com linearidade quase que imprevisível.
INAMAN - José Reis

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